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segunda-feira, outubro 03, 2011

Dilma alterna emoção e autoridade em conversa franca na Record

A presidente Dilma Rousseff não fugiu da raia. Colocada diante de questões como a criação de um imposto para a Saúde e as críticas ao aumento da taxação de carros importados, Dilma preferiu a franqueza e a linguagem popular para expor os pontos de vista do governo.
"Fui eleita para defender o emprego do povo brasileiro" - com tom firme, a presidente explicou porque o governo rejeita a idéia de entregar o poder consumidor do mercado interno brasileiro - que ela considera uma conquista e um patrimônio do país - a empresas que não fabricam nem geram empregos aqui.
"Nos últimos dois anos quase vinte por cento da nossa produção de veículos passou a ser importada. Isso é comprometer o emprego do povo brasileiro. Isso, esse governo não vai deixar" - declarou, frisando que investimentos estrangeiros são bem vindos desde que gerem empregos no Brasil.
Os pontos altos da entrevista foram justamente quando Dilma exibiu seu lado direto e firme. A presidente não titubeou, por exemplo, em olhar para a câmera e falar diretamente ao telespectador para recomendar, em tom de advertência: "Não aceitem que a Saúde do Brasil não precisa de mais dinheiro!" E enfatizou: "Esta é uma idéia perigosa!" - exemplificando as dificuldades do governo americano no setor.
A presidente admitiu, no entanto, que há problemas de gestão na Saúde que precisam ser sanados antes de pedir que a população concorde com a criação de um imposto. E adiou esta perspectiva, sem descartá-la: "Por isso que eu não estou pedindo hoje um aumento de imposto". Dilma poderia ter adotado a solução mais simples, de negar o apoio ao imposto e seguir negociando com o Congresso, mas optou pela franqueza.
A presidente também demonstra habilidade e consciência dos recursos da televisão. Procurou não expressar qualquer reação durante a reportagem sobre sua biografia, já que sua imagem também era transmitida simultaneamente para os telespectadores. No entanto, sorriu abertamente e se emocionou, ao assistir a reportagem que exibiu casos de mulheres que a tomam como exemplo pessoal e profissional.
Dilma explorou a identidade e correspondência com essas mulheres, dirigindo-se diretamente a elas, até citando-as nominalmente. "Eu queria dizer para elas que elas também me inspiram, porque eu acredito nesta força que elas representam". Lula não teria feito melhor.
A discipula do ex-presidente aprendeu rápido, e, sem copiá-lo, hoje mostra o seu modo de se identificar com o povo que governa, com sobriedade e franqueza. E uma boa dose de autoridade. Afinal, esta é Dilma Rousseff. 

Fonte:Christina Lemos

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